domingo, 18 de julho de 2010

04 de março de 2010

Essa noite eu chorei. Como não chorava há tempos. Chorei sinceramente, sofregamente, como há pouco menos de um ano atrás. Mas não de dúvida dessa vez. E sim de certeza. Por ter certeza de que alguém ia sofrer. E pela mesquinhez de saber desde o começo quem é que sofreria. Não, não eu dessa vez. E é isso que me destrói. Saber que ele sofre, que é por minha causa. E não ter muito o que fazer. Eu tenho tanto para lhe dizer! Queria sentar, conversar e explicar. Fazer com que entenda. Mas como, se tampouco eu entendo? Eu só sei que não posso compreender por quê, mas não posso corresponder aos seus desejos, às suas expectativas. Que não quero sofra. Só sei que o amo muito; demais, demais, mesmo. Que é uma das pessoas a quem mais admiro. Pelo caráter, pelas atitudes, pela humildade, sinceridade, coragem, força de vontade e mais uma série. Eu queria poder explicar que é tudo isso que me faz ter vontade de submergir, desaparecer. Eu queria poder dizer que o que eu mais queria era aceitar. Dizer que no fundo eu quero o mesmo que você. Mas como explicar que eu não consigo? Como mostrar que eu simplesmente não sou capaz de esquecer o passado? Não o nosso passado; aquilo não me afeta mais. Mas o meu passado.
Eu não consigo fazer isso. Não agora. Não com a minha vida do jeito que está. Não com o conflito de desejos e sentimentos em que eu vivo. Mas, acima de tudo, eu não consigo ver, pensar ou saber que lhe faço mal. Eu não queria, eu juro. Eu juro que não queria. A culpa me esmaga até hoje por aquela vez. E eu não queria que acontecesse de novo, de verdade. Mas isso tudo tá fora do meu alcance, do meu controle. Eu não tenho o que dizer, sabe. Eu digo que choro, e choro mesmo. Não pra ficar convincente. Mas porque me dói de verdade.
Eu queria que soubesse que o amo mesmo. Que é muito, muito importante pra mim, de verdade. Queria poder mostrar, mas não posso. Queria que soubesse que por nada nesse mundo o quero fora da minha vida, nunca. Mas que se assim você preferir, eu vou assentir e baixar a cabeça. De coração mesmo, quero o que lhe for melhor. O que, no momento, eu acho que signifique eu me afastar.
Farei o que você preferir, mesmo que eu tenha que sumir.
Se for para que fique bem, não tem problema. Só não consigo fingir que tá tudo bem.