sábado, 21 de abril de 2012

26 de dezembro de 2011

Sim, eu sou arrogante, metida, estressada, nervosa, grossa e mal-educada. Só sou meiga com as pessoas que são boas o suficiente pra despertar esses bons sentimentos em mim. Se sou estúpida com você, é porque você não merece meu sorriso. Mas se eu faço de tudo, banco a palhaça, me desdobro em 20, fico sem dormir, só pra arrancar um sorriso seu, é porque você é importante. Ponto. Isso é prova de amor pra mim, porra. Dou muito mais valor pra quem tá ali, me apoiando, me ouvindo, fazendo meu corre quando preciso do que pros que enchem meu facebook, twitter e celular de coraçõezinhos sem nem saber se tô bem ou não. 
E não adianta me dizer "eu te amo" esperando que eu diga de volta. Quando eu digo, é de coração. É porque quero que a pessoa saiba que é importante pra mim, que não quero perdê-la. Não vou dizer que amo você só porque de repente ficamos íntimos e aprecio sua companhia. É muito provável que semana que vem eu já nem lembre quem é você, e vice-versa. Bom-senso, caralho. Bancar o amável pra ganhar amigos só vai te trazer gente podre, não amigos de verdade. Relacionamentos reais, de qualquer tipo que sejam, são criados com o tempo, e com sinceridade. Então não, não posso bancar a simpática pra ter sua amizade. 
A verdade é que eu tô pouco me fodendo se você me acha uma escrota nojenta. Eu não preciso de você. As pessoas de quem preciso, as que eu amo de verdade, me conhecem a fundo, meu melhor e meu pior, e me amam exatamente assim. Esses sim são capazes de despertar a simpatia, a docilidade, a preocupação e meiguice que existem em mim, guardados pra quem merece. Se você se incomoda tanto assim com minha falta de educação, tá fazendo o quê aqui? Não vou com sua cara mesmo. E xinga, xinga o quanto quiser. Tô cagando e andando pra sua personalidade fútil.

terça-feira, 10 de abril de 2012

25 de novembro de 2011

E, de novo, pareço ter 30 anos, em plena crise de meia-idade. Tentando resolver toda a minha vida em segundos; tentando planejar e determinar o que e quando vai acontecer. Chorando porque tá tudo dando errado, chorando porque não sei de mais nada, chorando porque me sinto perdida no mundo, sem saber que destino seguir.
A questão é que tenho uma pressa inexplicável de viver. Como se eu fosse morrer cedo. Eu me arriscaria a dizer que sou a personificação do dito “Viver como se não houvesse amanhã.” Há quem admire e diga que é bom, há quem ache que é besteira, pois tudo tem seu tempo. Eu diria que é angustiante. Desesperador, até.
Eu sinto como se meu tempo estivesse se esgotando. Sinto-me correndo contra os ponteiros do relógio. E tento viver os melhores momentos possíveis antes que tudo se acabe pra mim. Mas eles fogem às minhas mãos. E então eu preciso correr, correr atrás de tê-los antes que o último grão de areia da minha ampulheta caia. Meu tempo corre, eu corro para não perdê-lo, meus desejos correm de mim. São só 18 anos, mas passam num milésimo de segundo. São dias maçantes, que se arrastam, mas no fim foi-se embora mais um dia do meu tempo, sempre correndo.
Vejo os dias passando, pessoas vivendo, avançando; nascendo, crescendo e morrendo, e eu aqui, parada no mesmo lugar. Do mesmo jeito que fui deixada. O cabelo cresce, as unhas crescem, a barriga engorda; mas por dentro continuo a mesma porcaria. Cheia de feridas abertas, cheia de dor e de lágrimas, cheia de arrependimento e de pressa. Às vezes ainda me pergunto por que gostam de mim, se sou assim, tão estragada. Pergunto-me se alguém enxerga cada buraco que deixaram em mim. Se se importam com eles. Acho que nunca vou saber.
E, enquanto isso, continuo correndo. Correndo pela vida, mas de encontro à morte.