quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

22 de julho de 2009

Peguei-me pensando na sua quase morte, e percebi como me deliciei em imaginá-la morta, fora de ti pra sempre. Mas, meu deus, o que é que está havendo comigo? O que foi que você fez? Vejo-me cada dia mais perdida, mais confusa, mais morta. E percebo que, indubitavelmente, eu não tenho mais nada pra fazer aqui. Você não precisa mais de mim. Você não me quer mais. Mas sabemos que eu sou fraca o suficiente pra não conseguir ir. Porque você me é como uma droga. Está quase me matando, mas só assim me sinto bem. Por isso percebi que, se você realmente tivesse morrido, meu amor, eu simplesmente daria um jeito de ir junto. Porque aí sim eu não teria o menor dos motivos para estar aqui. Só seu abraço, a alegria de te ver fazem-me mais viva. O ar que respira é tão imprescindível pra você quanto pra mim. Eu quero, eu preciso estar onde você está. Independente do que isso signifique. Eu preciso de você; viciei nessa droga particular. Pareço não ser a única, todavia. Mas não faz sentido disputar; você não é simplesmente um prêmio. E, acima de tudo, você sempre será meu. Eu sei disso. Eu posso não ser boa, e sei que não sou, mas ao menos fui boa o suficiente pra te fazer inesquecível. Para me fazer especial. Para sempre. E, sinceramente... é o maior orgulho da minha vida.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

15 de julho de 2009

Ontem era meu aniversário. Eu tinha subido, pra dar uma olhada no msn/orkut, e começaram a gritar meu nome, para que eu descesse. Pois desci, e me disseram “Tem alguém na porta.” Saí, abri o portão, ele estava encostado na parede. Entregou meu presente, que coloquei no chão, e eu o abracei. Eu simplesmente não conseguia parar de chorar. Eu chorava desenfreadamente, totalmente louca. Foi maravilhoso abraçá-lo; parecia que nada tinha acontecido, que era tudo daquele jeitinho gostoso de antes. Desvencilhei-me do seu abraço, abri o presente: uma camiseta, dois cartões e um livro que eu queria há muito, muito tempo, e ele nem sabia. Eu o abracei de novo; desembestei a chorar mais uma vez. Minha mãe saiu e pediu-nos pra que entrássemos pra cantar parabéns, porque os convidados tinham que ir embora. Portanto entrei, lavei o rosto. Mas saí com a cara inchada nas fotos. Cantaram parabéns, todo mundo foi embora, e eu subi pra sala de cima com ele. E perguntei por que ele me ignorava, por que me tratava desse jeito. E ele respondeu que não me tratava mal, que só se tinha afastado como eu havia pedido. Tomei coragem e fiz a pergunta da noite: perguntei se ele estava namorando. E ele acenou com a cabeça que sim. Eu fraquejei, não aguentei. Joguei-me no chão, comecei a puxar meus cabelos, a me unhar... foi tão bom! Ele tentou me levantar, mas não deixei. Passei uma boa meia hora assim. E de repente passou. Sentei-me no sofá; ele quis me abraçar, não deixei. Perguntou por que eu chorava tanto.
- Porque você não gosta mais de mim.
- Eu gosto, sim.
- Ainda gosta, mas não ama mais.
- Ainda te amo, sim. Não do jeito de antes, mas ainda amo muito, e você sempre será especial pra mim. Eu sempre vou te amar.
- E você a ama?
- Não. Eu não gosto dela. Só como amiga, como peguete mesmo.
A conversa prosseguiu. Eu perguntei tudo aquilo que sempre quis; sanei as dúvidas que tanto me torturavam. Descobri que eles não namoraaaavam, namoravam. Aconteceu mais ou menos como entre eu e ele; começaram a ficar, e estão ficando ainda. E virou uma ficação mais séria, um rolo.
Eu lhe disse que não aguentava mais, que queria morrer, que não tinha mais vida. Ele me pôs deitada no sofá, chegou perto do meu rosto, perto demais, e me perguntou se eu ainda tinha esperanças.
- Mas esperanças do que?
- Você tem esperanças ou não de que um dia a gente volte?
- Por mais que seja o maior sonho da minha vida, eu não tenho esperanças. Porque sei que, agora, você tem outra pessoa pra abraçar, pra cuidar, pra ligar. Sei que você lhe dará pães de mel, e trufas. E que brigará com sua família pra ficar com ela. Sei que fará tudo o que fez comigo/por mim. E que não demorará a se apaixonar, como aconteceu comigo.
Cada palavra era um soluço; mais um pouco eu me afogaria em minhas próprias lágrimas. Ele encostou sua testa na minha e disse que jamais amaria alguém como me amou, como me ama e como me amará. Sentei-me em seu colo; ele me envolveu num abraço. Daquele jeito de sempre. Foi o meu melhor presente. Estar ali, envolvida, sumindo no seu abraço como sempre. E eu fiquei ali, encostada em seu peito durante um bom tempo. Era realmente como se nada nunca tivesse acontecido. E ali, naquela hora, eu senti como se realmente ele fosse meu pra sempre. Reciprocamente. Àquele instante eu percebi que nunca vai haver amor maior ou igual ao nosso. Por mais que estejamos separados.
Ele olhou as horas, era meia noite e meia. Disse que iria embora, já que acordaria às 3 da manhã. E eu desfaleci, simplesmente. O pouquinho de mim que tinha sido reconstruído em 2 horas destruiu-se junto com o resto de mim. Foi incontrolável, eu comecei a chorar como louca de novo. Acordei de novo. Ele me abraçou, aninhou-me em seu peito, fez cafuné, e disse “Eu realmente preciso ir embora.” Eu disse que sim, então ele desceu, esperou-me ao pé da escada. Eu desci. Não agüentei; senti-me no passado de novo, e pulei pra que ele me pegasse num abraço. Acima de tudo, eu me sentia de novo como sempre. Eu me sentia inteira, completa, feliz, eterna. Eu me sentia desesperadamente forte. Eu sabia que ele não me pediria pra voltar. E sabia também que ele não esperava que eu pedisse. Porque ele sabe que não consigo; ele finalmente entendeu que ainda não estou pronta pra isso. E isso me fez sentir muito bem. Quando me perguntou se eu tinha esperanças, eu tive certeza de que ele entendia. Mas doía saber que, hoje, é outra que aquece sua cama às vezes. Que é outra que pede seu abraço. Abri-lhe a porta, ele saiu. E esperou na frente do portão, não me deixando abri-lo. Vendo-o ali, daquele jeito, sabendo que ele iria pra não voltar mais, senti-me acordando de um sonho, de repente. E corri pra abraçá-lo, de novo. Como se fosse a última vez. Pedi-lhe um beijo; o último, eu prometi. Surpresa; quem começou a chorar desenfreadamente foi ele. Disse que eu lhe poderia pedir qualquer coisa, menos isso. Que ele me daria quantos abraços eu quisesse, mas que um beijo ele não conseguiria. Não por ela, nem por ninguém. Mas por sua consciência. Ele dizia sentir-se iludindo-me, e não achava justo. Ainda mais por ver-me naquele estado. Perguntei por que estaria me iludindo, já que disse ainda me amar. E ele disse não saber explicar, que não conseguia. Que, quando é pra falar de sentimentos verdadeiros, as palavras simplesmente não existem. E eu acreditei. Não em sua boca, mas em seus olhos. Suas lágrimas eram só sinceridade. Ele me abraçou, forte, realmente forte. Beijou-me as mãos, a testa, as bochechas e o nariz, como sempre fazia antes de ir-se. Foi demais pra mim. Segurei seu rosto entre as mãos e beijei-lhe os lábios. Longamente. Mas com o direito por ser a última vez. Ele me abraçou mais uma vez, e foi. Eu ainda fiquei um bom tempo parada na porta, esperando cair da cama. Mas foi verdade, tudo de verdade. E eu ainda não tenho capacidade de classificar tudo isso como bom ou ruim. Hoje, eu acordei mais morta, pior ainda
mas acordei mais feliz. Mais viva. Mas dormi a maior parte do tempo que pude. Dormir amortece, não deixa doer. E hoje eu acordei percebendo que, se eu ainda conseguir viver, vai ser simplesmente à espera de tê-lo comigo de novo.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

10 de julho de 2009

Você sabe que eu estou no fundo do poço, e isso não vai mudar. Nós dois sabemos muito bem disso. E, sei lá, eu não quero essa putaria toda, essa zona. Já disse que me preocupa ao extremo saber que algo que eu diga e/ou faça, mesmo que pequeno, pode magoar-lhe. E eu não quero isso; você é importante pra mim. Você gosta muito de mim, dá pra perceber. E se for pra eu gostar de você, eu quero gostar mesmo, pela pessoa que você é, não pelo jeito que você me trata. Não só porque você me faz sentir bem. Eu não quero que você seja meu amor tapa-buraco. Já não tenho mais 12 anos pra ser imatura e brincar com o sentimento dos outros.
Eu digo que lamento pelo fato de que, na primeira vez que você leva alguém a sério, seja alguém como eu. E eu não estou brincando não, é sério. Eu realmente lamento. Ah cara, olha bem pra mim... Eu tenho problemas psicológicos seríssimos, eu não sou polida, eu não faço questão nenhuma de ser educada... E eu amo incondicionalmente outra pessoa. Você me perguntou ontem como eu estava com aquilo, e eu respondi que estava na mesma. Porque realmente estou. Chateada, e tudo o mais. Mas meu sentimento não diminuiu. Mesmo com isso tudo, não diminuiu.
Eu digo que lhe gosto demais, e que me sinto bem ao seu lado. Sim, é verdade, mas não quero que você crie ilusões. Prefiro trazer você de volta à realidade agora do que fazer com que o tombo seja maior, mais pra frente. Você disse que confia em mim, então não acho que precise jurar que tudo que lhe disse um dia era e é verdade. Gosto de estar com você, rir de coisas idiotas, agir feito bobos. Ou de simplesmente abraçar-lhe, beijar-lhe, morder-lhe. Ou viver momentos que não saem da minha cabeça depois. Tipo Hopi Hari.
Sim, gosto de você. Mas às vezes chego a pensar que goste de você mais pelo jeito que você me trata do que qualquer outra coisa. Às vezes acho que não lhe conheço muito bem. E é por isso que digo que não quero um amor tapa-buraco. Não quero ficar com você só porque você faz o que eu gosto, porque você me dá o que eu sempre quis, ou porque você é, às vezes, exatamente do jeito que eu quero que seja.
Eu sei, você já disse várias vezes que está feliz assim e tudo o mais. Mas, sabe, às vezes releio conversas antigas no msn, ou lembro de conversas cara a cara mesmo... E percebo as coisas que você aceitou pra ficar comigo. Acredite ou não, perturba-me até hoje aquela história de "eu queria ficar sério com alguém, mas percebi que estou feliz assim com você". Chego a me sentir egoísta, sabe. Sinto-me realmente mal com isso. Mas eu não posso, não aguento, não consigo. De verdade. Já lhe disse inúmeras vezes que dou meu sangue, que me sacrifico por todos que são importantes pra mim. Mas, dessa vez, não dá. Não vou negar que às vezes me pego pensando, imaginando como seria se um dia isso realmente desse certo. Admito, já me encontrei pensando em como seria um namoro à distância. E eu sei que isso acontece por, no fundo, ser o que eu realmente quero. Sei que não vou conseguir, todavia. Mesmo se eu tentar. Prefiro assim, a tentar me prender a alguém de novo e acabar parecendo uma vadia, volúvel e sem escrúpulos.
Perdoe-me pelas palavras, de verdade. Mas eu precisava falar. Precisava. Gosto muito de você.