terça-feira, 27 de maio de 2014

30 de agosto de 2013

Em que momento da paixão começa o egoísmo? Depois que se está apaixonado por alguém, quando é que se decide que se quer aquele alguém exclusivamente pra você? É difícil pensar nas coisas dessa maneira, como se houvesse um passo a passo, ou regras pré-estabelecidas a serem seguidas. É claro que os moralistas estão aí de plantão pra jogar tudo na nossa cara: o casamento, a monogamia, o celibato; a infelicidade em geral. Cada um faz sua história, cada um faz suas regras do jogo. A cada nova combinação de duas pessoas, o jogo é novo, raro e único em todo o universo. Talvez seja essa a beleza de tudo, o constante desconhecido. Sequer conhecemos a nós mesmos completamente, como poderíamos achar que já sabemos tudo do outro? É uma eterna surpresa. Eterna angústia, talvez. A decepção, o não-correspondido, sejam sentimentos, sejam expectativas. Em que momento se decide olhar pra outros corpos e não sentir interesse por nenhum deles? E se não for uma escolha? Que seja o destino, ou o acaso, em seu próprio tempo. Mas quando? E se... e se nunca acontecer? E se a eterna surpresa se tornar nada mais que a eterna espera daquele sentimento de unicidade; de ser o sol de alguém? A sensação de ser o centro de gravidade daquela pessoa, como se o mundo dela dependesse de você; não importa quão mais bonitas as outras sejam, seus defeitos o conquistaram. O andar torto, as imperfeições físicas, a preguiça, a ansiedade, a liberdade, a simpatia. Cada uma das peculiaridades que o fizeram levá-la aonde se visse toda a cidade apenas para dizer que a amava, que não deveria ter medo. A crença, ou a fé, sempre foi de que cada ser humano no mundo busca a perfeição. Não por querer ser perfeito, mas para jamais deixar de evoluir. Liberdade, ok. Compreensão, ok. Não ter expectativas, ok. Até mesmo o desapego, ok. Paciência...? Essa daí foge de mim.

domingo, 18 de maio de 2014

22 de agosto de 2013

Há quanto tempo não sentava com um lápis na mão e deixava todos os sentimentos fluírem sobre um papel em branco... há quanto tempo não ignorava tudo, e deixava cada desejo ou perturbação tomar conta de mim, descontrolando ainda mais minha vida desgovernada. Aliás, há quanto tempo eu não fazia muita coisa.

Viver com uma pessoa (ou tentar, pelo menos) é se adequar a ela; se moldar de maneira a fazê-la o mais feliz possível. Mas nem todos se contentam só com isso. Há aqueles que vão demandar sua atenção, paciência, suas noites de sono, suas lágrimas, sua vida, seu sangue. E não para até que você tenha dado tudo. Na verdade, nem assim. Nem quando você perde sua sanidade. Mas eu me sinto presa. É como se eu estivesse acorrentada num poço fundo, e a cada vez que tento escalar e fugir e ser feliz à luz do sol, sinto que a corrente é curta demais; eu nunca posso ir muito longe. E pouco a pouco volto a cair, afundar de novo, cada vez mais. E o desespero nunca é menor só porque já estive lá antes. É cada vez maior e mais intenso. Porque, a cada vez, é uma ferida nova sobre tantas outras que já estiveram abertas. Às vezes tenho vontade de morrer e penso friamente nisso. Soa melhor do que estar presa pra sempre. Já não espero que alguém apareça pra me salvar, não mais. É crueldade achar que deveriam afundar comigo. Me sinto perecendo, diminuindo, murchando. Meu choro sempre foi fácil, mas hoje parece contínuo. Não sinto mais orgulho de mim mesma; quero me esconder de mim. Shame on you, Bianca! Logo você, que já viveu tanta coisa e nunca desistiu, que nunca perdeu a fé e a esperança, que nunca deixou que ditassem sua vida. Aonde eu fui parar? Eu não era assim. Eu me quero de volta.

terça-feira, 13 de maio de 2014

26 de outubro de 2012

De algum modo eu sei o final de tudo isso, se é que um dia vai ter final. Sei que sempre vou estar presa, conectada, por algum motivo completamente desconhecido, a alguém egoísta e instável que nem sempre tem certeza do que quer. Ou tem, mas tenta se enganar. “Quando eu me iludo é quando eu te esqueço”. A música diz por nós muito mais que o refrão bonito.
Paro às vezes pra pensar se não caí no canto da sereia. Fui seduzida, iludida, presa e dragada para um mundo instável de onde não sei bem como sair sem deixar ali um pedaço de mim. Porque eu acredito que você doa uma parte do seu coração a cada pessoa que você ama. E então é impossível desamar alguém, se você o amou de verdade.
Tenho uma certeza triste de que tanto esforço será em vão. É como se minha felicidade não dependesse de mim, não sou mais livre. E tenho medo da dor que tentar me libertar poderia causar. Tenho medo da dor. Sigo sendo de alguém que também é meu, “você privatizou meu corpinho”, só esperando a miraculosa mudança de personalidade que vai permitir um relacionamento saudável, justo e feliz. Ou desmudança, na minha opinião. É triste olhar os olhos de alguém e ver um desconhecido. É triste estar no colo de alguém sentindo a falta daquela mesma pessoa. É estranho demais. E acho que tenho noções sobre a condição humana boas o suficiente pra ter certeza de que ninguém muda assim, de repente. Eu também tenho a minha experiência de vida. Traumas é que provocam mudanças. É utópico demais pra que essa história tenha final. Ainda mais feliz.

Ainda assim, é difícil desprender

domingo, 11 de maio de 2014

27 de agosto de 2012

Sabe deus quanto tempo fiquei lá, sentada, olhando pro nada, esperando o ônibus. Ou esperando uma solução, talvez. Pensar definitivamente não torna nada mais claro, só tortura a gente. Sem pensar, eu sei o que eu faria. Mas e se eu me arrepender depois? 
Nunca fui de racionalizar minhas atitudes e pesar consequências antes de agir, mas hoje parece irresponsabilidade não fazer isso. Deixarei de ser eu mesma agindo com a razão, e não com o coração? Aí eu penso, penso, penso, penso... logo existo? Não, logo dou nó.

segunda-feira, 5 de maio de 2014

13 de maio de 2012

E, mais uma vez, o chão havia sumido sob meus pés. Ter passado por isso tantas vezes não fez com que fosse nem um pouco mais fácil. Ainda tenho esperança; não há como não tê-la. Mas, honestamente, não sei quais são minhas probabilidades. Quero que o amor fale mais alto, que nossa saudade e vontade de ficarmos juntos prevaleçam. Mas não há nada que eu possa fazer por isso. Dei minhas cartas, chorosas, mas direto da alma, e só posso esperar que dê certo. Sinto saudade do que nem vivi, dos planos que nem chegaram a se concretizar... sinto saudade da presença, do cheiro, do toque, de todo aquele mundo que eu enxergava ao olhar seus olhos. Sinto falta da leveza, da alegria, da felicidade só por estar deitada sob as estrelas ao lado de alguém que quero pra vida inteira. Sinto falta da calma e da segurança, dos planos. Quero realizar todos, todos! Quero uma vela numa pizza, quero uma música cantada a dois, quero estrelas e uma lua cheia. Quero os melhores momentos da minha vida inteira. Quero nossa casa, nossa vida. Quero tudo que merecemos por sermos fortes o suficiente pra ficarmos juntos. Nós somos capazes disso, você sabe que sim, mesmo que tudo pareça ruim agora. Se você olhar bem fundo, vai encontrar a verdade. Que nos damos bem, que nos completamos. Que precisamos um do outro, e nos entendemos porque somos iguais. Eu te amo, e isso precisa fazer diferença. Temos o principal pra sermos felizes. Somos seres humanos, errados por natureza. Só precisamos nos aceitar. É um esforço menor do que tentar aprender a viver sem você.