sexta-feira, 30 de agosto de 2013

31 de janeiro de 2012

Eu jamais vou poder dizer “eu era feliz e não sabia”, porque eu era feliz sim, mas sabia disso. Sabia que era feliz como jamais havia sido antes. Só não sabia se seria mais feliz tomando a decisão que tomei ou mantendo as coisas como estavam.
E eu volto pra casa arrependida, achando que devia ter feito alguma coisa, sabendo que deveria ter parado, falado algo, tê-lo abraçado; não sei, qualquer coisa. Mas também sabendo que, mesmo que o visse de novo, eu não conseguiria me mover mais do que o suficiente pra esboçar um sorriso amarelo. Eu fico em choque, paralisada, nervosa. Hiperventilo, tremo, sinto que me vou desligar e cair. Queria ter forças e coragem pra fazer alguma coisa, mas não consigo. Parece que tenho meus 13 anos de novo, quando eu sentia minhas pernas bambearem de paixão quando o encontrava na rua. Quando eu movia montanhas para tentar conquistá-lo. Com a diferença de que, hoje, você já me ama. E com a diferença de que, hoje, você mal chega perto de mim. E dói não ter mais o melhor abraço do mundo. Se eu pudesse trocar tudo que tenho e tive na minha vida inteira por duas coisas à minha escolha, eu trocaria tudo por um abraço seu, e uma conversa. Ou uma conversa no seu colo. Ou uma conversa abraçada com você.
Se hoje eu tivesse a oportunidade de voltar atrás, eu não sei se agiria da mesma forma. Sei que muita coisa mudou; nós mudamos com tudo o que aconteceu. Sei que, se voltássemos, tudo seria infinitas vezes melhor do que já foi algum dia, porque isso nos mudou. Nos fez crescer e aprender muita coisa. Mas, ainda assim, acho que não tomaria a mesma decisão. Sei que não foi tempo perdido, mas a cada dia sinto que tenho menos um dia. Me sinto desperdiçando um tempo em que poderíamos estar felizes, juntos. Se tiver sido mesmo um fim; se nunca mais tivermos uma história, eu vou me arrepender a cada dia que me restar na vida. Posso até ser feliz, alcançar a maioria dos meus objetivos, encontrar um outro alguém que eu ame. Mas eu vou sempre sentir um vazio. Um arrependimento, um desespero, uma nostalgia. Uma sensação de que eu tinha tudo nas mãos pra ser feliz e joguei pro alto pra desfrutar de um prazer momentâneo. 
Porque sim, é isso que me afoga o coração: eu troquei o amor de uma vida inteira por uma vontade efêmera. E eu vou sentir a dor da conseqüência enquanto esse amor durar.

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

16 de janeiro de 2012

Que em 2012 o mundo acabe, se quiser. Eu tô feliz. Tenho meus problemas, é claro que sim; sempre os terei. Mas hoje posso abrir a janela e sorrir pra um dia nublado. Posso deitar a cabeça no travesseiro sem pesos na consciência a me assombrar. Posso dormir sem medo de que tudo se evapore no dia seguinte. Não porque eu tenha certeza de alguma coisa, muito pelo contrário. Ultimamente eu não sei de mais nada; vivo sem pensar, faço quando quero e só o que me der vontade. Se quiser ser arrogante, sou, se quiser ser estúpida, sou, se quiser pular no colo de alguém pra dar um abraço, pulo e dou. Choro, durmo, grito, rio, tremo, amo, bebo, suo, como, desprezo, saio, falo, ouço, beijo, odeio, vivo. Sem medo de absolutamente nada. Nada é certo na minha vida, e eu gosto assim. Gosto da surpresa, do mistério, da ansiedade, do frio na barriga.
Quero segurança sim, mas não aquela que todos costumam oferecer. Não quero a certeza de que estará aqui amanhã. Quero a certeza de que é verdadeiro, de que vai ser porque era pra ser. “Joga pra cima. Se voltar, é seu.” Já fiz tudo ir pelos ares muitas vezes, e voltou pros meus braços todas as vezes. Será que é meu? Ou será que estamos vivendo um atalho para o inevitável fim?
Eu acredito em promessas, e não acredito em quem faz muitas delas. Construir minhas decisões sobre elas faz com que seja mais fácil me derrubar, eu sei, mas não tenho medo. Já me provaram que sou forte o suficiente para cair, ser pisoteada, levantar e sair com um sorriso sincero estampado na cara. Medo pra quê? Se for pra ser, vai ser. Vai cair nos meus braços de novo. Porque talvez nunca tenha realmente saído deles algum dia. Não faz diferença agora. E não vai fazer diferença daqui a 10 anos, nem daqui a 15 minutos. Nem quando eu beijar sua boca mais uma vez.

Amanhã tudo vai conspirar pra dar errado, tô sabendo. E eu não tô nem aí. Eu não me importo, eu não tenho medo. Se der errado, vai ter dado certo por um tempo. Se der errado, eu arranjo algo que dê certo. Eu mudo, cresço, amadureço, me renovo, me reconstruo, me repagino. Conserto a maquiagem borrada de lágrimas e vou atrás de alguém que dispare meu coração de novo. É, fácil assim. Eu não tenho tempo a perder; cada dia vivido é um dia a menos pra viver.