terça-feira, 10 de abril de 2012

25 de novembro de 2011

E, de novo, pareço ter 30 anos, em plena crise de meia-idade. Tentando resolver toda a minha vida em segundos; tentando planejar e determinar o que e quando vai acontecer. Chorando porque tá tudo dando errado, chorando porque não sei de mais nada, chorando porque me sinto perdida no mundo, sem saber que destino seguir.
A questão é que tenho uma pressa inexplicável de viver. Como se eu fosse morrer cedo. Eu me arriscaria a dizer que sou a personificação do dito “Viver como se não houvesse amanhã.” Há quem admire e diga que é bom, há quem ache que é besteira, pois tudo tem seu tempo. Eu diria que é angustiante. Desesperador, até.
Eu sinto como se meu tempo estivesse se esgotando. Sinto-me correndo contra os ponteiros do relógio. E tento viver os melhores momentos possíveis antes que tudo se acabe pra mim. Mas eles fogem às minhas mãos. E então eu preciso correr, correr atrás de tê-los antes que o último grão de areia da minha ampulheta caia. Meu tempo corre, eu corro para não perdê-lo, meus desejos correm de mim. São só 18 anos, mas passam num milésimo de segundo. São dias maçantes, que se arrastam, mas no fim foi-se embora mais um dia do meu tempo, sempre correndo.
Vejo os dias passando, pessoas vivendo, avançando; nascendo, crescendo e morrendo, e eu aqui, parada no mesmo lugar. Do mesmo jeito que fui deixada. O cabelo cresce, as unhas crescem, a barriga engorda; mas por dentro continuo a mesma porcaria. Cheia de feridas abertas, cheia de dor e de lágrimas, cheia de arrependimento e de pressa. Às vezes ainda me pergunto por que gostam de mim, se sou assim, tão estragada. Pergunto-me se alguém enxerga cada buraco que deixaram em mim. Se se importam com eles. Acho que nunca vou saber.
E, enquanto isso, continuo correndo. Correndo pela vida, mas de encontro à morte.

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