Talvez eu não devesse, e talvez tudo seja mesmo um grande
erro... mas eu resolvi tentar. Cinco anos depois, resolvi tentar. É claro que
cada acontecimento desse ano tem sua parte nisso, principalmente as conversas.
Cada uma delas me deixou mais encantada, mais fascinada. Umas delas me ajudaram
a entender essa loucura toda. Outras, só me deixaram ainda mais confusa. Mas eu
sinto que esse mistério todo faz parte do encanto. Se as cartas estivessem
sobre a mesa desde sempre, talvez eu não ficasse assim por tanto tempo. Ou
talvez ficasse. Não sei... é tanta coisa, tanta história, tantas conversas,
tantos momentos, tantos sentimentos; é difícil explicar até mesmo o que sinto.
E sei que não é difícil só pra mim.
Pode ser cruel pensar que tudo o que já aconteceu até hoje
só serviu pra tornar esse sentimento mais complexo. De certo modo, é triste,
sim, mas costumo dizer que nossa história só é tão bonita por causa de tantos
obstáculos. Não há quem não se comova e não tome partido de nós.
Mas eu tenho medo. Um medo egoísta, sim, mas tenho medo de
tudo dar errado e eu o perder. Sei que já estou partindo da ideia de que tudo
vai dar errado, mas preciso ter consciência de todos os riscos que estou
assumindo ao me abrir pra essa decisão. Sempre me senti lisonjeada por a nossa
relação sobreviver a todos os problemas que surgiram – inclusive um término de
namoro. E de modo algum eu gostaria que fosse diferente. Mas sei que, diante de
um passo tão grande, as conseqüências também serão maiores. Eu posso perder
qualquer coisa, só não posso perdê-lo. Amo-o muito sim, a ponto de preferir
vê-lo com outra pessoa a assumir o risco de perdê-lo. Pode ser egoísmo, pode
ser busca por segurança; eu não sei. Nunca consegui definir parâmetro algum
para como me sinto sobre você. Mas o quero. E não posso perdê-lo. Não posso
perdê-lo. Não posso perdê-lo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário