terça-feira, 13 de maio de 2014

26 de outubro de 2012

De algum modo eu sei o final de tudo isso, se é que um dia vai ter final. Sei que sempre vou estar presa, conectada, por algum motivo completamente desconhecido, a alguém egoísta e instável que nem sempre tem certeza do que quer. Ou tem, mas tenta se enganar. “Quando eu me iludo é quando eu te esqueço”. A música diz por nós muito mais que o refrão bonito.
Paro às vezes pra pensar se não caí no canto da sereia. Fui seduzida, iludida, presa e dragada para um mundo instável de onde não sei bem como sair sem deixar ali um pedaço de mim. Porque eu acredito que você doa uma parte do seu coração a cada pessoa que você ama. E então é impossível desamar alguém, se você o amou de verdade.
Tenho uma certeza triste de que tanto esforço será em vão. É como se minha felicidade não dependesse de mim, não sou mais livre. E tenho medo da dor que tentar me libertar poderia causar. Tenho medo da dor. Sigo sendo de alguém que também é meu, “você privatizou meu corpinho”, só esperando a miraculosa mudança de personalidade que vai permitir um relacionamento saudável, justo e feliz. Ou desmudança, na minha opinião. É triste olhar os olhos de alguém e ver um desconhecido. É triste estar no colo de alguém sentindo a falta daquela mesma pessoa. É estranho demais. E acho que tenho noções sobre a condição humana boas o suficiente pra ter certeza de que ninguém muda assim, de repente. Eu também tenho a minha experiência de vida. Traumas é que provocam mudanças. É utópico demais pra que essa história tenha final. Ainda mais feliz.

Ainda assim, é difícil desprender

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