domingo, 18 de maio de 2014

22 de agosto de 2013

Há quanto tempo não sentava com um lápis na mão e deixava todos os sentimentos fluírem sobre um papel em branco... há quanto tempo não ignorava tudo, e deixava cada desejo ou perturbação tomar conta de mim, descontrolando ainda mais minha vida desgovernada. Aliás, há quanto tempo eu não fazia muita coisa.

Viver com uma pessoa (ou tentar, pelo menos) é se adequar a ela; se moldar de maneira a fazê-la o mais feliz possível. Mas nem todos se contentam só com isso. Há aqueles que vão demandar sua atenção, paciência, suas noites de sono, suas lágrimas, sua vida, seu sangue. E não para até que você tenha dado tudo. Na verdade, nem assim. Nem quando você perde sua sanidade. Mas eu me sinto presa. É como se eu estivesse acorrentada num poço fundo, e a cada vez que tento escalar e fugir e ser feliz à luz do sol, sinto que a corrente é curta demais; eu nunca posso ir muito longe. E pouco a pouco volto a cair, afundar de novo, cada vez mais. E o desespero nunca é menor só porque já estive lá antes. É cada vez maior e mais intenso. Porque, a cada vez, é uma ferida nova sobre tantas outras que já estiveram abertas. Às vezes tenho vontade de morrer e penso friamente nisso. Soa melhor do que estar presa pra sempre. Já não espero que alguém apareça pra me salvar, não mais. É crueldade achar que deveriam afundar comigo. Me sinto perecendo, diminuindo, murchando. Meu choro sempre foi fácil, mas hoje parece contínuo. Não sinto mais orgulho de mim mesma; quero me esconder de mim. Shame on you, Bianca! Logo você, que já viveu tanta coisa e nunca desistiu, que nunca perdeu a fé e a esperança, que nunca deixou que ditassem sua vida. Aonde eu fui parar? Eu não era assim. Eu me quero de volta.

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