segunda-feira, 2 de novembro de 2009

19 de julho de 2007

Descobri o meu problema. A questão é: eu não sou ingênua, simplesmente sou sincera e transparente demais. E isso é um enorme problema. Sim, pode discordar comigo e dizer que sinceridade é bom. Mas eu digo por experiência própria (má experiência, por sinal) que isso é muito, muito ruim. A culpada por eu viver num mundo de conto de fadas é a minha transparência. Por ser tão transparente, é como se eu não vivesse nesse mundo comum a todos. É como se eu vivesse num mundinho à parte, num mundinho só meu, em que todos são iguais a mim. Eu sou muito sincera; muito transparente. Digo tudo o que penso ou sinto; expresso todas as minhas opiniões. E tudo isso sem pensar se estou ou não magoando alguém. Esse é só o começo do problema. Ser transparente me impede de enganar qualquer pessoa. Ser transparente não me permite passar ninguém, por pior que seja, para trás. E é esse o grande problema. Por ser assim tão sincera, transparente e verdadeira, eu acabo acreditando em quase qualquer coisa que me digam. E nem todo mundo se preocupa em não magoar os outros. Na verdade, quase ninguém. E eu sempre, sempre sou o lado magoado. Enganado. Ferido. Sempre. Por que? Só por que eu tenho escrúpulos? Só por que eu não sou como todo mundo? Não é certo. Não é justo. Quero ser quem eu sou; quero ser aquela pessoa que ninguém conhece de verdade. Mas não quero sofrer as injustas consequências disso, por culpa de uns que só querem inflar seu ego. Não quero que todos vivam no meu mundo. Eu só quero a verdade. Servida à frio. Eu simplesmente não suporto mais confiar cegamente e ser ferida por isso. Suas mentiras não são de minha responsabilidade; não é justo que elas me magoem. Mas é claro que isso não vai mudar. Eu sou uma em um bilhão. Estão todos acomodados e conformados com as desverdades. Não perdem nada. E eu sei que não valho tanto assim.

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